Cresce a cada dia os estudos sobre a microbiota e sua relação com as doenças mentais.
A conexão intestino-cérebro é a conversa entre o nosso sistema digestivo e o nosso sistema nervoso. Imagine que o intestino e o cérebro são como velhos amigos que trocam mensagens o tempo todo. Eles fazem isso de três maneiras principais:
Comunicação Nervosa: Existe uma rede de nervos, chamada nervo vago que conecta o intestino ao cérebro.
Comunicação Química: O intestino produz substâncias químicas que afetam o humor, sono e a sensação de fome.
Comunicação da Microbiota: O intestino é povoado por trilhões de bactérias, conhecidas como microbiota intestinal, essas bactérias enviam sinais a todo momento para o cérebro.
Vamos conversar sobre a microbiota, pois o equilíbrio dela determina nossa saúde.
É chamado de microbiota uma comunidade que reside no exterior e superfícies internas do nosso corpo, como a pele, boca, e trato gastrointestinal. As bactérias contêm seu próprio material genético chamado de microbioma.
Inúmeros são os fatores que interferem na composição do microbioma intestinal:
Idade;
Amamentação;
Medicação;
Higiene;
Dieta;
Doenças;
Estresse, entre outros.
Desequilíbrios no microbioma intestinal têm sido associados a diversos distúrbios neurológicos, incluindo Alzheimer, Esclerose Múltipla, Parkinson e Huntington.
Uma dieta ocidental, rica em alimentos processados, com alto teor de gordura e açúcar, pobre em fibras e micronutrientes, reduz a diversidade do microbioma, favorece a inflamação e eleva o risco de depressão.
O desequilíbrio do microbioma, chamado disbiose, favorece a permeabilidade do intestino e do cérebro, POSSO EXPLICAR:
– A permeabilidade intestinal se refere à capacidade das paredes do nosso intestino selecionar o que entra no corpo. O intestino é como um “filtro” que absorve os nutrientes necessários dos alimentos que comemos e protege nosso corpo de substâncias prejudiciais.
– A barreira hematoencefálica é uma espécie de “muro” protetor que separa o sangue que circula no cérebro e na medula espinhal do resto do corpo. Essa barreira é formada por células especiais que agem como “porteiros”, selecionando quais substâncias podem entrar no cérebro e quais devem ser mantidas fora.
Quando a barreira intestinal fica “aberta” subentende-se que a barreira do cérebro também está mais permeável, então o sistema imunológico (defesa do corpo) fica reativo, gerando estresse e inflamação para o intestino, estimulando a neuroinflamação.
Alguns sintomas sugerem um quadro de inflamação no eixo intestino-cérebro:
– Distensão abdominal (excesso de gases);
– Azia e má digestão;
– Constipação ou diarréria;
– Cansaço constantes e insônia;
– Dores de cabeça e articulares;
– Irritabilidade constante;
– Dificuldade de concentração;
– Sinusite, renite, asma.
A dieta favorece o crescimento de bactérias benéficas e o equilíbrio do eixo intestino-cérebro. Por meio da adoção de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, fibras prebióticas, ômega 3, gorduras e carboidratos de boa qualidade.
Lembre-se sempre que o intestino e o cérebro estão conectados de maneiras surpreendentes, e cuidar da nossa saúde digestiva pode ter um impacto positivo significativo na nossa saúde mental e emocional.